(Zidi Brandão no espetáculo “Os Sábios de Chelm”)

 

Sou Zidi Brandão, nasci na roça numa família simples de lavradores, que teve treze filhos.

Tive uma infância feliz, em contato com a natureza, brincando de tudo que era disponível para uma criança de roça: pescar, tomar banho de rio, subir em árvores e comer os frutos lá de cima, andar de cavalo, brincar de bonecas de pano feitas por eu mesma, ouvir histórias no quintal em noites de lua cheia todos sentados num couro de boi, fazer cozinhados de mentirinha usando folhas.

Iniciei meus estudos numa escola onde estudavam alunos de todos os níveis e idades, com um único professor, lembro-me o nome, Sr. Sisínio. Era no turno vespertino e muito longe da minha casa. Íamos em grupo, caminhando fizesse chuva ou sol. Foi lá que aprendi o ABC.

Com oito anos fui para pequena cidade de Itapetinga com os outros irmãos, pois minha mãe dizia que a única coisa que ela queria dar para os filhos era o estudo. Em três anos, fazendo cinco em três, conclui o primário. O ginásio fiz numa excelente escola estadual. Completando esse ciclo, só restava para os filhos de pais humildes, no caso as mulheres, cursar o pedagógico, onde tornei-me professora.

Mesmo antes de formar eu já dava aulas de “banca”, para alunos que “não gostavam de estudar” e para aqueles, que de tanto gostar queriam aula em tempo integral.

Trabalhei como professora por 2 anos, até surgir o primeiro concurso para o Banco do Brasil, em que admitia a participação de mulheres. Aprovada estive bancária por 25 anos.

Mudei para Salvador, estudei Ciências Econômicas na UFBA, sem, contudo, exercer a profissão. Casei-me, tive uma preciosa filha e ainda jovem aposentei-me.

Foi então que comecei a buscar por uma atividade artística, que pudesse chamar de minha. Passei por várias experiências em áreas de artes sem, contudo, definir-me por alguma. 

Já conhecida de Rafael Moraes fui convidada para fazer um curso de Contação de Histórias. Tal foi o meu envolvimento, que passei a beber na fonte da Cia Teatro Griô sob a coordenação de Rafael Moraes e Tânia Soares. 

São, portanto, 12 anos no Griô em meio a um mundo de magia encantamento, aprendizado, transformação que só as histórias nos possibilitam.

Tenho participado de vários processos criativos, espetáculos, experiências importantes com o público e de uma convivência maravilhosa com os membros da “Família Griô”.

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